SINCOBESP PROMOVE XV CONGRESSO BRASIL RENDERING

O Sincobesp e a ABRA realizaram no dia 14 de abril, o XV Congresso Brasil Rendering. O evento aconteceu em Campinas, no Expo D.Pedro e reuniu representantes do segmento de graxaria, técnicos em meio ambiente e profissionais ligados aos mercados afins. Durante a abertura o presidente Nelson Braido destacou a necessidade de união entre os elos da cadeia e agradeceu a parceria com a Associação e os patrocinadores.

O presidente da ABRA, Clênio Gonçalves, também destacou a parceria entre as duas entidades, lembrando que a Associação comemora 10 anos. “Apesar de uma entidade jovem, conseguimos fazer nosso segundo diagnóstico do setor, que é um retrato que aponta as oportunidades para o nosso mercado”.

Abrindo o evento o ex-ministro Shigeaki Ueki apresentou números do setor de energia, afirmando que essa sempre foi uma preocupação sua enquanto esteve no governo. Fez um breve levantamento sobre a evolução da energia, lembrando que ela tem peso de quase 10% na economia de um país. Esses 10% tem impacto na inflação e deflação”.

Falando sobre o panorama da evolução do preço do petróleo, afirmou que o governo atual aprovou orçamentos inadequados, colocando o preço do petróleo abaixo do valor real e praticamente acabou com a Petrobras e Eletrobras. “Acho que a única saída é privatizar. O governo não tem como gerir um setor tão importante”.

Ueki também discorreu sobre a questão dos biocombustíveis, lembrando que em se tratando de energia um planejamento precisa de pelo menos 10 anos. Segundo ele, falta uma boa política para a produção de etanol. Para ter lucro, afirma, é preciso produzir de acordo com as necessidades da economia.

“A indústria da carne: tendências e perspectivas no curto e médio prazo nos segmentos de bovinos, suínos e frangos”, foi o tema da palestra do Vice-presidente da ABRA e diretor do Frivasa, Emerson Germiniane. Segundo ele o país está em uma encruzilhada macroeconômica. Está claro que o modelo econômico vai ter que mudar, pois não só o crédito tem que manter a economia. “Precisamos outras fontes de financiamento. O agronegócio gira em torno de 25 a 30% do PIB”.

Dividindo a palestra entre o Brasil e o mundo ele mostrou números que indicam uma redução nos índices de proteína de bovinos e aumento nos de suínos e frangos. Na produção mundial de alimentos a tendência é aumento significativo da carne suína, queda no bovino e aumento também no frango.

Segundo ele, as proteínas crescem onde crescem as populações mundiais, ou seja, será preciso focar na Ásia e na África. Outro fator importante deverá ser a água, recurso finito e restrito no mundo.

A apresentação do II Diagnóstico da Reciclagem Animal, elaborado pela ABRA foi feito pelo professor Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília. Ele fez questão de mencionar o desafio em fazer o trabalho, principalmente em função da falta de números disponíveis.

Em relação à produção nacional houve aumento do aproveitamento da carcaça, portanto menos matéria-prima para a reciclagem por peso vivo abatido. Gorduras de origem animal tiveram produção de 2 milhões em 2014. Os números são similares, não houve crescimento expressivo, mas houve recuperação em relação a 2012, que foi um ano muito negativo.

O mercado de pet foi um dos que mais cresceu, houve decréscimo de proteína animal, mas o biodiesel está absorvendo o excesso da produção. O estudo também indica redução no número de graxarias, mas segundo Caldas muito em função do grande número de fusões nesse mercado.

A parte da manhã foi encerrada com a palestra sobre o mercado de Pet Food: tendências e perspectivas para os próximos cinco anos. Segundo Liliam Martini, gerente Técnica Regulatória da Abinpet, o Brasil é o segundo maior país do mundo em população de cães, gatos, aves e ornamentais. O pet é considerado essencial para o brasileiro. São 52,2 milhões de cães, 37,9 milhões de aves e 22,1 milhões de gatos.

O faturamento do mercado pet no Brasil em 2014 foi de 16,7 bilhões, contra 18 bilhões em 2015. O mercado ainda tem potencial de crescimento, sendo que 67,3% representa pet food; 17% serviços; 8% beleza e 7,7% medicamentos.

Segundo Liliam ainda existem muitos animais comendo restos de comida humana. Logo, o segmento de graxarias é muito importante para o mercado pet. Em 2015 a indústria de pet food produziu 2,53 milhões de toneladas. Foram utilizadas 632 mil toneladas de farinha de origem animal.

Na parte da tarde Leandro Ferreira, diretor Executivo da Dupps no Brasil, apresentou o tema “Atualidade e Tendências da Produção de Farinha de Peixe”. Ele contou com a companhia de Rasmos Gundersen, com 40 anos de experiência no tema. Ferreira explicou a evolução do processo completo desenvolvido a partir dos anos 50, lembrando que no padrão geral a matéria-prima tem 18% de conteúdo sólido e 8% de óleo. Logo, o rendimento da farinha é 22%, do óleo 6%.

O ganho de qualidade no setor, explica, surgiu a partir do uso de matéria-prima fresca. Dados de 2014 indicam que o Peru é uma grande potencia na produção de farinha de peixe, seguido pela Tailândia, China, Chile e Estados Unidos.

Entrando especificamente na produção sob baixa temperatura, Ferreira explicou o desenvolvimento de secadores para farinha de peixe e suas características e as tendências em processamento.

Os benefícios da Indústria de Reciclagem Animal para o Meio Ambiente foram dividido em três partes. Na primeira, o especialista em Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Ricardo Garcia falou sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), logística reversa, e os direitos e deveres dos agentes que integram a cadeia. Segundo ele, a lei atual divide a responsabilidade que anteriormente acabava ficando em boa parte sobre o fabricante.

Ricardo Saad e João Frugis, falaram sobre a importância do setor de graxaria e a campanha criada pela Communica Agência – A gente fica com o Osso – que tem por objetivo valorizar o trabalho do setor junto ao consumidor comum. A Campanha foi lançada oficialmente durante a Feira.

As Alternativas para rentabilizar o seu Negócio, foram o tema da Haarslev, com Carlos Eduardo Brito. Segundo ele, 85% do custo de uma fábrica de farinha é vapor e energia elétrica. Ele apresentou a solução criada pela empresa, o SARC – Sistema Automático de Vapor, que reduz significativamente os custos de produção.

A Eurotec encerrou o evento explicando o Conceito Soft – Inovação com responsabilidade sócio ambiental. Alexandre Mossate Gabbi e Ivair Piccinin explicaram que a empresa atua em várias linhas, elaborando projetos customizados, desde produtos, soluções e equipamentos que tragam melhoria de processo como um todo.

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