O Sampapão, a Abitrigo, Abimapi e Abip, lançaram no dia 17 de março, uma plataforma digital para combater a desinformação sobre o consumo de glúten. A plataforma “Glúten: Contém Informação”, apresenta dicas, entrevistas e reportagens, todas chanceladas por profissionais de renome em medicina, nutrição e nutrologia.
Para o presidente do Sampapão, Antero José Pereira, a campanha é muito importante para desmistificar o glúten e orientar o consumidor. “Que o glúten faz mal a gente sabe. Mas faz mal a quem? Aos celíacos, 1% da população brasileira, para os outros não”, explica.
Por entender a importância da abordagem do tema, as quatro entidades decidiram se unir. “O glúten, na verdade, é importante na dieta alimentar. A Campanha é voltada para as mídias sociais, que têm uma grande penetração junto ao público”.
O presidente da Abitigro, Sérgio Amaral afirmou que a iniciativa é um desdobramento de uma iniciativa anterior que foi a campanha do “Trigo é saúde”. “Agora estamos dando um passo adiante. A campanha tem um caráter educativo que é de informar o consumidor sobre a questão do glúten. Existe muita confusão na cabeça de muita gente sobre o glúten fazer mal ou não”.
O presidente do Sindustrigo, Christian Saigh afirmou que a plataforma é super importante para passar ao consumidor a informação técnica correta. “As pessoas tem esse paradigma que glúten engorda, faz mal, mas na verdade ele faz isso apenas para 1% da população”.
O lançamento da plataforma contou com um debate entre especialistas, mediado pela jornalista e apresentadora Silvia Poppovic. Participaram do debate a nutricionista Cybthia Antonaccio, diretora da Equilibrium; o Dr. Marcelo Bonstein, médico endocrinologista e a nutricionista Olga Amâncio.
Para Bronstein a importância da campanha é desmistificar uma das lendas que a indústria da obesidade traz, ou seja, que o glúten é um vilão, que o glúten faz mal à saúde, que faz engordar. “Isso obviamente é uma inverdade, o glúten só é prejudicial para pessoas que tem a doença, ou que tem uma intolerância a glúten. Fora disso, o glúten é um componente importante da nossa alimentação, tem muitos efeitos positivos”.
Enquanto formadora de opinião, a nutricionista Cynthia Antonaccio, diz que é importante mostrar que a restrição deve acontecer quando é necessária, por questões de saúde. “Não há necessidade do restante da população retirar o glúten das dietas”.
A mediadora do debate, a jornalista Silvia Poppovic, diz que o glúten virou uma espécie de vilão, com um monte de mitos. “Quando fui chamada para fazer essa mediação achei interessante, porque tem médico, duas nutricionistas que falaram sobre o assunto. E eu por conta de ser casada com médico sei que muitas dessas coisas, em grande parte, é um monte de mentirada. Eu gosto de assuntos polêmicos”.
O diretor Geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), Luis Madi elogiou a iniciativa das entidades que criaram uma conexão direta com o consumidor, mostrando que o glúten é fundamental para a saúde. “Isso é extremamente importante”.
O diretor técnico industrial do Moinho Anaconda, Valnei Origuela, diz que a campanha tem como fator fundamental não privar a população do consumo de um produto tão importante, apenas por desinformação.
Vale ressaltar que a supressão de cereais com glúten da dieta de não- celíacos (pessoas que efetivamente apresentam alergia ou intolerância a essa proteína), como receitam algumas “dietas da moda”, pode resultar em impactos negativos para uma vida saudável, não apenas fisicamente, como emocionalmente. E é essa abrangência de temas, da cultura à fisiologia, passando por receitas e dicas que dá o tom dos posts publicados na plataforma Glutén:Contém Informação (www.glutenconteminformacao.com.br).
