DEPRESSÃO NO TRABALHO

No dia 07 de abril é comemorado o Dia Mundial da Saúde, data que coincide com a fundação da Organização Mundial da Saúde, entidade ligada à ONU. Quando se fala em saúde e qualidade de vida, é importante verificar problemas que podem interferir no dia a dia da pessoa e também na vida profissional. E não são apenas as doenças ocupacionais que causam afastamento do trabalho. Estudo da OMS indica que a depressão será a maior causa de incapacidade no mundo até o ano de 2020.

No Brasil, é considerada a segunda causa de afastamento do trabalho, só perdendo para as Lesões por Esforço Repetitivo (LER), também denominados Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Uma pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), revela que 48,8% dos trabalhadores que se afastam por mais de 15 dias do trabalho sofrem com algum transtorno mental, sendo a depressão o principal deles.

Tratamentos

O Dr. Dráuzio Varell explica em seu site que no cérebro existem células nervosas, os neurônios, e substâncias químicas que estabelecem a comunicação entre elas, os neurotransmissores. Em condições normais, a quantidade dessas substâncias é suficiente, mas ela cai consideravelmente durante a crise de depressão. Os medicamentos antidepressivos aumentam a oferta de neurotransmissores e promovem a volta ao estado normal do paciente.

O tratamento da depressão mudou muito com a descoberta desses medicamentos que provocam algumas modificações químicas no cérebro pela oferta de substâncias mediadoras que estabelecem a comunicação entre uma célula nervosa e outra durante o processo de transmissão dos sinais. No deprimido, os níveis dos neurotransmissores são baixos. Os antidepressivos bloqueiam o mecanismo de recaptura (impedem que os neurotransmissores retornem à célula de origem) o que aumenta a quantidade dessas substâncias nesse espaço virtual entre os neurônios.

Mesmo assim, existem pacientes que não reagem ao tratamento tradicional, nesses casos, explica o Dr. Ivan Barenboim, pode-se utilizar a cetamina. A droga, um anestésico, é aplicada no paciente por via endovenosa, em uma infusão lenta, diluída em soro. “Trata-se de uma dose muito mais baixa do que a dose anestésica. A aplicação é feita em 40 minutos e, algumas pessoas, podem sentir sonolência ou uma sensação de não ter total controle do corpo no momento da infusão”, explica o Dr. Ivan Barenboim.

Este tratamento representa dois grandes avanços, explica o médico: eficiência mesmo para pessoas que não melhoram com o tratamento convencional e resposta rápida para casos urgentes. Muitas vezes, o efeito acontece nas primeiras 24 horas, enquanto os medicamentos tradicionais podem levar até dois meses.

 

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