Exportação de calçados de Birigui recua nos cinco primeiros meses de 2014

De acordo com dados apurados pela Abicalçados, redução de produção exportada foi de 9,4%

A política protecionista de países como Argentina, que era um dos principais destinos de calçados fabricados em Birigui, bem como a instabilidade do dólar que gera insegurança, fez com que o índice de exportação de produtos diminuísse entre os meses de janeiro a maio de 2014 em comparação com o mesmo período de 2013.

De acordo com dados divulgados pelo núcleo de inteligência da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), nos primeiros cinco meses deste ano, Birigui exportou em média 415 mil pares. No mesmo período no ano passado, foram exportados 458 mil pares, ou seja, houve redução de 9,4% no índice de produção para o mercado externo.

De acordo com avaliação do Sinbi (Sindicato das Indústrias do Calçado e Vestuário de Birigui), uma das principais razões para esta queda é a redução da produção destinada à Argentina. Enquanto de janeiro a maio do ano passado foram exportados àquele país aproximadamente 23 mil pares, neste ano houve retração de 53%, ou seja, apenas 11mil pares.

O principal destino de produtos biriguienses atualmente é a Bolívia, na qual, no período analisado, foram exportados cerca de 79 mil pares, um aumento de 10,9% em relação a 2013.

Entraves com a Argentina

Desde 2012 o governo de Cristina Kirchner tenta controlar o déficit da balança comercial com o Brasil, buscando por meio da exigência das DJAIs (Declarações Juramentadas Antecipadas de Importações) travar as importações de produtos brasileiros. O documento, que não é previsto no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio), faz com que a entrada dos produtos brasileiros atrase, em alguns casos, mais de 200 dias, gerando insegurança aos fabricantes e compradores. Uma pesquisa realizada pela Abicalçados apontou que quase 40% dos associados que exportavam para o país vizinho desistiram dos negócios por conta da imprevisibilidade.

“O cenário exige atenção por parte dos produtores, que devido a estas instabilidades, precisam buscar alternativas para aprimorar os negócios no mercado interno, para posteriormente investir em exportação”, avalia o presidente do Sinbi, Antenor Marques.

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