O aumento expressivo da entrada de vidros importados no Brasil, principalmente da
China, motivou uma reunião com os associados do Sinbevidros para definir qual
seria o posicionamento do Sindicato na reunião da Abravidros. O objetivo foi avaliar
alternativas para proteger a indústria nacional e a cadeia produtiva diante do
crescimento das importações, que vem impactando significativamente o mercado
interno.
Durante o encontro, foram discutidas duas frentes principais: a renovação da
sobretaxa aplicada ao vidro float, que já existe, e a possibilidade de implementar
uma alíquota também para o vidro temperado, que ainda não possui medida
protetiva. Dados apresentados indicam que o volume de vidros importados tem
crescido de forma expressiva, especialmente no segmento de vidros padronizados,
como os utilizados em boxes de banheiro, ameaçando a capacidade de produção
das empresas nacionais e alterando a dinâmica de competitividade do setor.
O debate revelou diferentes visões entre os participantes. Enquanto alguns
defenderam o uso das medidas tarifárias como forma de preservar a produção local
e conter a concorrência externa, outros alertaram que o aumento de alíquotas
poderia beneficiar principalmente as usinas, em detrimento dos processadores e
transformadores. Esse ponto destacou a importância de que qualquer medida
protecionista venha acompanhada de compromissos das usinas em relação à
redução de seu processamento próprio, garantindo espaço para os transformadores
e mantendo o equilíbrio do setor.
Além das questões tarifárias, a reunião também abordou a necessidade de
acompanhar o crescimento das importações de vidros laminados e temperados,
produtos cuja entrada tem se mostrado crescente e que representam um desafio
direto à capacidade produtiva nacional. Os participantes reforçaram que, sem
medidas adequadas, o setor brasileiro corre o risco de perder participação no
mercado interno para fornecedores estrangeiros.
Como encaminhamento, foi definido que a Sinbevidros formalizará um pleito à
Abravidro, consolidando as demandas discutidas e buscando garantir que as
medidas propostas contemplem tanto a proteção tarifária quanto ações para
preservar a capacidade dos transformadores nacionais. A entidade seguirá
acompanhando o processo junto aos órgãos competentes e atuará para equilibrar a
proteção da indústria com a competitividade e sustentabilidade de toda a cadeia
vidreira.
A reunião reforça a preocupação do setor em manter sua relevância no mercado
nacional e demonstra o esforço conjunto das entidades em encontrar soluções
estratégicas diante de um cenário desafiador, marcado pelo aumento das
importações e pela necessidade de alinhar políticas de proteção com os interesses
de todos os elos da cadeia produtiva.

